Este texto foi retirado do Blog do Jornalista José Manuel Rosendo, enviado especial da Antena 1\RTP à zona do conflito.
Para irem acompanhando diariamente.
http://ww1.rtp.pt/icmblogs/rtp/bombas-em-gaza/
Cada vez que há uma guerra, espalham-se as sementes do ódio. A guerra é terreno fértil para que ódio e o extremismo ganhem adeptos e para que uma solução para o Médio Oriente esteja cada vez mais distantes. A quem serve?
Noite cerrada em Siderot. No topo de um monte no limite da cidade é possível observar a Faixa de Gaza a poucos quilómetros e com uma noção muito concreta do que se está a passar em termos de bombardeamentos. Entre este local e o território palestiniano, campos agrícolas por onde a infantaria, artilharia e os tanques de guerra israelitas avançaram depois de alguns dias à espera de "luz verde".
Para ver o que acontece em Gaza, muitos habitantes de Siderot e jornalistas juntam-se neste local. Há israelitas que batem palmas sempre que uma explosão acontece, há outros que lamentam o que está a acontecer aos palestinianos civis, há carros que passam a buzinar na estrada próximo.
Esta noite, um pequeno grupo de jovens em idade pré-militar, dizia com orgulho que estão quase a ir para o serviço militar. Sabem os nomes das unidades onde vão prestar serviço e têm uma ideia muito concreta do que pretendem. Dizem que os árabes (da Faixa de Gaza) podiam morrer todos porque os querem matar a eles (israelitas). Dizem que o mundo não gosta deles (israelitas) e que apenas os Estados Unidos apoiam Israel.
Estes jovens em conversa descontraída deixam escapar o ódio que lhes enche o coração. Sabem o que é sofrer com os rocket's disparados de Gaza e são filhos de uma cultura que lhes inculca essa necessidade de afirmação em que é preciso enfrentar o resto do mundo. Imagine-se que sentimentos estarão a ser induzidos nos jovens palestinianos que estão a sofrer na pele os intensos bombardeamentos israelitas. Há ódio que chegue para várias gerações.
1 comentário:
O ódio só gera mais ódio...
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