segunda-feira, março 16, 2009

De Évora a Monsaraz - 1
















Este Domingo fui com um grupo de colegas até Monsaraz do Alentejo e passando por Évora. Eu nunca lá tinha ido, de maneira que para mim foi uma estreia. O passeio começou bem (apenas com uma hora de atraso...), fomos pela estrada nacional para apreciar a paisagem e lá parámos em Évora para desentorpecer as pernas e visitarmos o centro histórico da cidade.

Depois seguimos caminho até à vila de Monsaraz onde já chegámos mesmo na hora de almoço. Paragem ainda para visitarmos o Cromeleque. Este monumento foi identificado em 1969 e pensa-se que foi erguido entre os inícios do 4.º e meados do 3.º milénio a. C.. Desenvolveu-se a partir de um menir central faliforme, com uma altura de cerca de 4 m e apresenta numa das suas faces diversas "covinhas" em toda a sua verticalidade. Este monumento megalítico é constituído por 50 menires, cuja altura varia entre 1,20 cm e o 1,50 cm, alguns dos quais de configuração igualmente fálica, bem como almendrada.

E porque a fome já apertava, pouco depois fomos almoçar. Estendemos as toalhas no alto da vila, mesmo à sombra de uma pequena capela e com uma vista panorâmica de 360º sobre toda a planície em redor. Lindo!

Depois aventurámo-nos pelas ruelas e muralhas de Monsaraz. De referir a pouca quantidade de gente (turistas) que encontrámos... o que permite desfrutar muito mais do local.

Acabámos o dia junto a uma das margens da barragem jogar uma cartada (a Móni ainda se aventurou nas águas temperadas da mesma). Em resumo: um dia bem passado e em excelente companhia. Venha o próximo passeio!

Um bocadinho de história:
Sobre o seu nome, não se sabe com certeza a origem. Há quem diga que o termo Monsaraz possa significar Monte Xerez ou Xaraz, isto é, um monte erguido no coração de uma terra e antigamente composta por um impenetrável brenhal de estevas (ou xaras) e com excelentes condições estratégicas para um povoado.

Apesar de ser uma região que viveu muitos anos sem água, era um ponto estratégico. Testemunhos da presença de povos pré-históricos surgem em inúmeros monumentos megalíticos, da mesma forma que a arqueologia documenta a ocupação romana, visigótica e árabe que a reconquista cristã empurrou para sul. Nesse período, Monsaraz passou pelas mãos dos Templários e depois da Ordem de Cristo, que a recuperou no tempo de D. Afonso III, embora as muralhas que continuam a isolar o casario remontem aos tempos de D. Dinis.Quer se deva à fraca densidade populacional da região, quer a felizes acasos do destino, esta vila está em bom estado de conservação. Descobrir Monsaraz e arredores é também descortinar um pouco da história da Península Ibérica e, consequentemente, de Portugal.

O Castelo de Monsaraz, empoleirado no alto, surge no meio da planície, remetendo-nos para a Idade Média, mas o passado guerreiro há muito foi substituído por um refúgio de paz. Esta vila mergulhada no silêncio das suas ruas estreitas, de casas cobertas de seu branco imaculado parece parada no tempo.Dali até às mudadas águas do Rio Guadiana, a mais nova atração da região é a barragem de Alqueva. Sobra passear pelas suas ruas caladas, descansar numa terra parada no tempo e comer o que de melhor tem na região.

O que visitar: O Castelo de Monsaraz foi edificado em 1310 por D. Dinis, a partir de uma estrutura defensiva anterior. Foi apliado a seguir à proclamação de D. João IV, que mandou reconstruir as muralhas em meados do século XVII.
Após a proclamação da independência face à coroa espanhola, em 1640, a dinastia de Bragança iniciou o seu domínio político e começaram as guerras da restauração com Castela.
Nesta altura Monsaraz recebeu o novo sistema defensivo para possibilitar a prática de artilharia, com a implantação dos fortes ao estilo Vauban.

A Igreja Matriz de Santa Maria da Lagoa, contemporânea do repovoamento cristão da vila, foi sempre o templo mais importante da povoação, e a referência mais antiga que se lhe conhece data do tempo de D. Dinis. A construção actual data do século XVI. O elemento mais importante que a igreja guarda no seu interior é, no entanto, o túmulo de Gomes Martins Silvestre, cavaleiro templário e povoador de Monsaraz.

Monsaraz insere-se na chamada de Rota Histórica dos Vinhos – que contempla ainda Évora, Redondo, Vila Viçosa, Borba, Estremoz e Reguengos

Dulce Nascimento / rotas e destinos 2006

1 comentário:

scarlett disse...

adoro monsaraz! e' tao tao bonito! farto-me de recomendar uma visita aqui aos bifes mas acho que eles nao fazem muito caso...